Pentecostalismo nas Igrejas
Evangélicas Tradicionais
Preâmbulo
Os tempos estão mudando! O
pentecostalismo como modismo místico, está enraizado nas igrejas em geral. O que era modismo
apenas nas igrejas pentecostais, hoje enraizou-se nas igrejas tradicionais.
O sentimento de modernidade do
crente atual, não aceita mais o culto no sistema antigo, pautado pela ordem e
pela decência, que predominou nas igrejas tradicionais desde a Reforma do
século XVI.
Este último, é considerado velho
arcaico e ultrapassado, não tendo mais lugar nas igrejas de hoje.
Temos, creio eu, que discutir urgentemente a nossa posição
ortodoxa, se quisermos manter a nossa
identidade denominacional e tradicional.
Para que continuemos a ser
tradicionais, e continuemos a cultuar ao nosso Deus do modo que entendemos que
a Bíblia nos ensina, temos dois caminhos a seguir:
- ou aderimos totalmente ao
pentecostalismo e alteramos a nossa constituição acrescentando o termo pentecostal após a
nossa denominação, com todas as suas implicações,
- ou então reavaliamos os
modismos incorporados em nossos trabalhos espirituais, mormente em nossa
liturgia, e eliminamos as distorções místicas extraordinárias.
O termo pentecostal
O termo pentecostal, significa;
oriundo do Pentecostes, ou aquele /aquilo que tem sua base nele.
Isto quer dizer; trata-se de um
movimento carismático de invocação ao Espírito Santo, centralizando tudo na
terceira pessoa da Trindade, ou seja sua tendência doutrinária, é mais
direcionada ao Espírito Santo, e por isso são mais Pneumatocêntrica do que
outras denominações, diferentemente das igrejas tradicionais, que centralizam
sua fé em Cristo Jesus ,
e por isso são mais Cristocêntricas.
Na questão da salvação
entretanto, todas as correntes denominadas cristãs, sejam tradicionais,
pentecostais, liberais ou carismáticas,
têm Cristo como único e suficiente Salvador, e neste caso não
pode haver outra doutrina
diferente que não seja a Cristocêntrica.
Jesus Cristo é o único que sendo
Deus, afirma: "Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vem ao Pai, senão
por Mim". Logo, só há salvação em Cristo Jesus e em mais ninguém! João 14: 06
Trata-se de uma corrente dentro
das igrejas que dão ao Espírito Santo toda a primazia, por isso, em geral não
aceitam outro modo de adoração que não seja este.
Este movimento tem desviado da
Cristandade o verdadeiro enfoque bíblico/teológico que é Cristocêntrico, pois
Cristo é quem morreu na cruz e ressuscitou ao 3º dia, e mais, é o que declara:
"... todo o poder me foi dado nos céus e na terra...", por ser o
Salvador e Redentor da humanidade.
A Ele pois, toda a honra, toda a
glória, hoje e sempre! Não queremos de forma alguma com isso, desmerecer o
Espírito Santo, mas deixar claro que este enfoque pentecostal traz em si mesmo
um visão um tanto distorcida.
A ação do Espírito Santo
A pessoa do Espírito Santo é tão
importante quanto Jesus! Devemos ter certeza disto!
As Escrituras nos mostram a ação
Dele em nossas vidas:
"...Ele vos convencerá de
toda justiça, do juízo e do pecado...", intercederá por vós, em vossas
orações com gemidos inexprimíveis, vos fará recordar dos ensinamentos guardados
na memória, no momento da evangelização, da pregação, da preleção, do ensino,
etc.,
Não entristeceis o Espírito,
devemos adorá-lo como Deus, honrá-lo com nossas vidas, em nossas orações, ações
e pensamentos todos os dias de nossas vidas, sabendo que Ele está presente
conosco em cumprimento da promessa
feita por Jesus de que não dos deixaria
órfãos.
Como surgiu o movimento pentecostal?
O pentecostalismo como movimento
de invocação de um novo Pentecostes, tanto individual como congregacional, é
recente. Tem pouco mais de 100 anos de existência.
Teve o seu início nos Estados
Unidos no fim do século XIX.
Em l896, no estado da Carolina do Norte, William F. Bryant iniciou
esse movimento em que após a conversão, o indivíduo tinha que passar por mais
duas experiências místicas para ser considerado realmente salvo: receber o
Espírito Santo como no Pentecostes e falar em línguas estranhas.
Em 1901, Charles Fox Perhan,
diretor do Bethel Bible College em Topeka, estado do Kansas, abraça a mesma
causa.
O movimento se espalha (trata-se
de uma novidade) e depois se propaga até a cidade de Los Angeles no estado da
California em 1906, com o pastor William J. Seimour, espalhando-se por todo o
território dos Estados Unidos.
Erros doutrinários do pentecostalismo e seus exageros
Por se tratar de um movimento
místico exacerbado, onde se exige extravagantemente a "exteriorização"
da fé, da adoração, para que o culto tenha valor, ele contém enormes erros
doutrinários.
O que conta é a atitude corpórea,
é a exteriorização do ato de culto, tanto do indivíduo, como da igreja, sem o
qual não poderá ser aceito por Deus, por julgarem eles, inexistência de fervor,
nem a presença do Espírito.
Este novo modismo criado por
mentes de fraca erudição bíblica, é extremamente discriminatória e elitista, destituída de amor cristão, pois
não amam quem age diferentes deles, destruindo a lei do amor e da liberdade cristã,
bem como, caindo em erro quando dizem amar a Deus que não vêem sem amar aos
irmãos que vêem.
O modo pentecostal de cultuar a
Deus pode e deve ser respeitado, pois vivemos debaixo da liberdade cristã. O
que não se pode afirmar(e eles o fazem com veemência), é que este modelo
pentecostal, é o único aceito por Deus e que todos os outros modos são errados,
incorretos, imperfeitos, etc.
Esse tipo de julgamento, além de
ser anti-cristão, é totalmente falso, e é extremamente pernicioso ao
Cristianismo em todo o mundo, pois nivela todos num mesmo modismo, contrariando
completamente a diversidade da natureza humana, bem como a unidade na
diversidade.
O que mais choca a Cristandade de
todo o mundo é o fato deles "repentinamente", como num passe de
mágica, ter descoberto o modo "correto", de adoração, excluindo e
condenando todos os cultos havidos desde a Reforma, e quem sabe, desde os apóstolos.
Com que autoridade e baseados em
quê, eles "criaram" esse falso conceito?
Como pode alguém em sã
consciência, fazer afirmações a respeito
de assuntos tão importantes para o mundo cristão, e pior, discriminar as
igrejas tradicionais, afirmando estarem elas alienadas e destituídas do
Espírito Santo?
Isto só pode vir do inimigo do Cristianismo. Isto é
influência maligna, e só podemos encarar essas pessoas com muito amor por serem
neófitos, e precisam crescer na graça e no conhecimento do Senhor.
"...aquele
que se gloriar, glorie-se nisto, em Me conhecer e saber que Eu sou Deus... Jer.
14:9
As formas mais
comuns de demonstrações exteriores criadas pelos fanáticos são:
- levantar as mãos, que em si mesmo não representa nenhuma
heresia, e é salutar aos crentes, desde que
seja feito com ordem e decência,
com liberdade de expressão, para quem sentir o desejo.
Mas bater palmas
para Jesus, palmas para o Espírito Santo, palmas para a Bíblia, palmas
para o
pregador, palmas
para a mensagem, palmas para o irmão, etc. etc., não cremos que isto seja
salutar
para a liturgia
cristã, pois estamos ali para prestar louvor e adoração a Deus e não à pessoas
ou coisas.
- movimentos corpóreos nos cânticos, como uma espécie de
ginga, em momentos determinados.
- orações simultâneas, onde cada um quer invocar o Espírito
ao seu modo, em total desordem e caos,
gerando confusão, e
ausência de edificação, desvirtuando o propósito da oração, e pior, cada qual
gritando mais que o
outro, para demonstrar que ele está de fato em sintonia com Deus, mas que na
realidade muito
pouca edificação acontece.
Paulo já admoesta os crentes a que não façam isso simultaneamente para que os incrédulos não
pensem que estão loucos e causem escândalos.
- falar em linguas estranhas... este acontecimento é
singular, pois basta um dos irmãos começar a falar
qualquer coisa
desconexa, todos os outros o seguirão simultaneamente. Porém não se acha nenhum
intérprete, o que
descaracteriza qualquer qualidade ou veracidade ao fato, uma vez que não
havendo
intérprete, deve-se
ficar calado.
Após o fato, ninguém sabe o que falou, e se sabe, deve ficar
calado da mesma forma, porque ele não pode interpretar a sua "língua
estranha", sob pena de se tornar um
herege.
Se o Espírito Santo determinar que alguém fale em línguas,
Ele providenciará o intérprete, que será um terceiro desconhecido de quem fala,
para que não haja conluio e falsidades.
- determinações de curas, ordens ao Espírito, exigências para soluções de problemas, tudo
embasado
que você é filho de
Deus e Ele te dá autoridade para exigir.
- pessoas derrubando outras nos cultos, pessoas caindo no
chão em transe, com demonstrações que
mais parecem com
terreiros de macumba, onde as "entidades" possuem as pessoas e as
fazem fazer
coisas e cometer
aberrações, incompatíveis com o verdadeiro culto à Deus.
O Senhor Deus não é Deus de confusão! Ele é Deus grandioso,
Santíssimo, e não necessita nem aceita
demonstrações de insanidades em sua presença. O que Ele deseja é a
humildade, a contrição, o amor, o culto verdadeiro de coração, tudo realizado
com ordem e decência, porque Ele é santíssimo e exige santidade e zelo em
Sua presença.
- espiritualização das coisas temporais, seculares,
materiais e materialização, secularização das coisas espirituais. A Bíblia nos
mostra claramente que as coisas espirituais se discernem espiritualmente e as
coisas materiais se discernem materialmente, e não pode ser diferente, sob pena
de se descaracterizar o culto a Deus.
- exorcismos exibicionistas de pessoas que supõe-se estarem
"possuídas" por espíritos malignos rea- lizados de maneira improvisada,
sem a análise criteriosa do problema da pessoa, realizada de forma simplista e
destituída de critérios bíblicos, pondo em risco a credibilidade da fé.
- Muitas vezes são pessoas ímpias e pecadoras, depressivas,
portadoras de doenças psicossomáticas,
que ao assistirem os cultos e serem confrontadas com seus
pecados, são tocadas pelo Espírito Santo
entrando em um estado de choro, transe, choque,
arrependimento, gritos, histeria, ataques com os tipos mais variados de desvarios, sendo
imediatamente identificadas como "possuídas " e necessitadas de
expulsão dos espíritos malignos.
- Nesses casos, a solução mais provável é medicinal e não
espiritual, mas, como não há um critério
racional e lógico,
o fato é sempre tratado como "possessão
demoníaca", sendo ministrado ao paci-
ente, a terapia e o remédio espiritual do exorcismo, pois se o dirigente deixar de
fazê-lo, será tido
como um obreiro sem
poder, sem unção, sem fé, incompetente e desqualificado.
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